quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O que é currículo?


O Currículo Escolar é um projeto que estabelece um elo entre os princípios e a prática, incluindo tanto a matéria a ser ministrada quanto as características da região. Torna-se, assim, um roteiro para orientação do professor.
Formado por uma base nacional comum, tanto para o ensino médio quanto para o fundamental, contêm: Língua Portuguesa, Matemática, Ciências (Química, Física e Biologia), Historia e Geografia, além do ensino de Artes, Educação Física, Língua Estrangeira Moderna e, facultativo, Ensino Religioso.
Mas sua face mais inovadora é à parte diversificada, que busca atender as exigências regionais. Estão inclusos os temas transversais para garantir a formação do cidadão, onde serão tratados assuntos como Orientação Sexual, Meio Ambiente, Saúde e Ética. A inclusão fica a cargo da escola, que decide o que é mais conveniente.
A mudança de enfoque quanto aos conteúdos ministrados em uma disciplina reside no prolongamento de tal conteúdo, ou seja, abandona-se à postura de confinamento do ensino pelas paredes da escola, tornando-o uma ferramenta para usufruir e compreender as informações culturais, sociais e econômicas da sociedade em que o aluno vive. O ensino passa a ser útil e justificável.
Os conteúdos são assumidos como portadores de três características distintas: temos, assim, os conteúdos conceituais, os procedimentais e os atitudinais. Os conteúdos conceituais são o inicio: é através deles que o aluno entra em contato com os fatos e princípios. Assim, são responsáveis por toda construção da aprendizagem, pois são detentores das informações: são as bases para assimilação e organização dos fatos da realidade. Inconscientemente, o ser humano guarda e atenta a tudo que vê, mas não entende. Como uma reação em cadeia, os fatos passam a compreensão.
Seguindo uma linha de posse dos conteúdos conceituais, o aluno detém os fatos, mas não pode lidar com eles. Os conteúdos procedimentais visam o saber fazer, atingindo uma meta através das ações. Ao contrário do que ocorre na maioria das vezes, é necessária a intervenção do professor, pois este não é um processo individual. Saber resolver não implica na compreensão do conteúdo, uma aprendizagem mecânica não é o objetivo da atual educação, mas sim fornecer instrumentos para que o aluno possa resolver diferentes questões.
Por sua vez, os conteúdos atitudinais estão presentes em todo conhecimento escolar, estão enredados no dia a dia e proporcionam ao aluno posicionar-se perante o que apreendem. Detentores dos fatos e de como resolvê-los, é imprescindível que o aluno tenha uma postura perante eles. É na escola onde se forma grande parte do indivíduo, por isto a escolha deste conteúdo é complexa: sobre o estudante, devem ser levados em consideração o lado emocional e o grupo a que pertence, além das questões serem tratadas de maneira imparcial pelo educador, formando assim verdadeiros cidadãos.
Talvez a questão mais polêmica que envolve um Currículo Escolar é quanto a sua finalização. Estará ele completo? Nada, em tese, pode ser avaliado. Todo projeto necessita da prática, de tempo para consolidação: um projeto recente ainda não teve seu reflexo. Deste modo, um Currículo está sempre em construção. É necessário acompanhar os resultados junto às salas de aula para melhorá-los sempre e compartilhar as descobertas de um professor com todos os outros.
Outra grande discussão pedagógica é a falência de alguns tópicos em todas correntes pedagógicas, sendo que nenhuma se mostrou totalmente capaz, pois o ser humano é pluralista: o professor sabe que é necessário adaptar-se. Isso nos remete a questão anterior, que muitos professores não detêm informações sobre modelos pedagógicos, o que eles sabem é o que convém ou não em uma sala de aula, que acaba acarretando no pluralismo necessário para aplicar o projeto.
A experiência é a maior conselheira. A Psicologia se utiliza dela para respaldar seus projetos, seja pela História, pela Sociologia ou pela Antropologia. Nenhuma ciência pode ser utilizada isoladamente quando se trata do ser humano.
A maneira mais correta para trabalhar os conteúdos na escola é em conjunto, sem distinção, uma relação continua e imparcial. Uma linha a ser seguida, permeada pela constante atenção do professor, que auxilia na compreensão, organização, realização e postura perante os fatos. As três categorias de conteúdos estão presentes, hoje, no sistema escolar brasileiro, mas a maneira com que são tratadas é deficiente: a aprendizagem mecânica ainda corroe o ensino, os alunos detêm os fatos, mas não sabem resolvê-los - teoria desacompanhada da prática - e, assim, tomam posicionamentos errôneos perante a realidade. O processo de aprendizagem tem que partir do conhecimento que o aluno tem em sua vivência e, desta forma, trabalhá-lo.

http://www.cdcc.usp.br/ciencia/artigos/art_27/psiedu.html

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